Correios vão fechar até 1.000 agências em plano de reestruturação que inclui empréstimo de R$ 20 bilhões

segunda-feira, 24 de novembro de 2025


Os Correios aprovaram um plano de reestruturação que prevê o fechamento de até 1.000 agências consideradas deficitárias, o maior corte físico da história recente da estatal. A decisão ocorre em meio ao agravamento da situação financeira: o rombo acumulado em 2025 já chega a R$ 4,4 bilhões, ultrapassando todo o déficit registrado em 2024.

O documento, aprovado pelo conselho na última quarta-feira (19), inclui ainda a contratação de uma operação de crédito de até R$ 20 bilhões, a venda de imóveis estimada em R$ 1,5 bilhão e um programa de demissão voluntária (PDV).

Segundo a empresa, o objetivo é adequar a estrutura ao atual modelo de negócio, considerado incompatível com a queda estrutural das receitas postais tradicionais.A redução de até mil unidades representa uma reconfiguração profunda da capilaridade da estatal, que possui cerca de 10 mil pontos de atendimento. Os fechamentos devem atingir principalmente agências com baixa demanda, alto custo operacional ou que funcionam em regiões onde há sobreposição de unidades próximas.A estatal afirma que o movimento é necessário para ajustar a operação à nova realidade do setor e direcionar investimentos ao  comércio eletrônico, hoje responsável pela maior parte do crescimento do mercado logístico no país.

Ainda assim, reforça que manter a universalização dos serviços permanece como “compromisso estratégico”, apesar do custo elevado: R$ 5,4 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, resultando em déficit líquido de R$ 4,5 bilhões.

O plano estabelece ações em três fases — recuperação financeira, consolidação e crescimento — com foco inicial na contenção de despesas. Entre elas estão:

A empresa também avalia fusões, aquisições e outras reestruturações societárias.

A venda de imóveis e terrenos poderá render até R$ 1,5 bilhão. A estatal afirma que a operação de crédito de R$ 20 bilhões garantirá liquidez para atravessar a transição até 2026.

Com a execução integral do plano, os Correios projetam reduzir o déficit em 2026 e voltar ao lucro em 2027.

A estatal argumenta que, em países desenvolvidos, o custo da universalização postal é compensado por fundos públicos específicos — o que não ocorre no Brasil. Ainda assim, os Correios seguem responsáveis por operações de grande escala: logística do Enem, distribuição de livros didáticos, transporte de urnas eletrônicas e atendimento a regiões remotas.

“Os Correios permanecem como o único operador capaz de garantir a integração logística nacional”, diz trecho do documento.

Fonte: Hora Brasilia 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
 
Copyright © 2018. A Serviço da Informação! Gilberto Lima.
Desenvolvido por: Fábio Virgulino.