Com custo de R$ 600 por dose, vacina contra meningite B deixa pais aflitos

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Foto: reprodução
Liberada no Brasil em maio do ano passado, mas sem cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina conhecida como Meningo B, que imuniza contra a meningite bacteriana tipo B, está disponível apenas nas clínicas particulares. Cada dose custa cerca de R$ 600 e, dependendo da idade da criança, o número pode variar de duas a três, chegando a R$ 1.800. O valor é inviável para muitas famílias brasileiras e quem não pode bancar a vacina para os filhos acaba sofrendo com isso, principalmente após boatos de que os casos de meningite tipo B estão aumentando no País.

Apesar de ser uma doença grave e a vacina ter sido criada há apenas um ano, a meningite B está controlada no Brasil e não há ocorrência de surto. “O subtipo de meningite C continua sendo o mais perigoso e com maior número de casos no País. Com a introdução da vacina contra meningite C no Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde para crianças de até 2 anos, houve uma queda significativa de casos nessa faixa etária, o que acabou resultando no aumento do percentual da meningite B. Ou seja, o percentual de meningite B aumentou mais pelo controle do subtipo C do que pelo número de casos”, explica o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco.

Mesmo com o controle da doença no País, a meningite tipo C ainda é responsável por 70% dos casos. O subtipo B corresponde a 20%. No Brasil, ainda há registros dos subtipos A, W e Y (no total, 12 subtipos circulam no mundo). Para o médico Eduardo Jorge, embora considere importante a introdução da nova vacina contra meningite B no calendário de vacinação do SUS, a prioridade seria ampliar a faixa etária da meningite C. “Em janeiro de 2016, o governo introduziu o reforço da meningite C para crianças de 5 anos, porém as mais velhas e os adolescentes continuam desprotegidos. Defendo a ampliação no calendário para jovens de até 19 anos ou, pelo menos, o reforço aos 11 anos de idade”, explica. Atualmente, além das crianças de até 2 anos (com reforço aos 5), o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina somente para pacientes de risco, com alteração de imunidade, como pessoas com HIV ou doenças oncológicas.

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