Foto: Estadão |
O ato reuniu cerca de 2,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Alguns manifestantes exibiram cartazes que pediam intervenção militar no País.
"Não houve nenhuma intervenção partidária. Nem nossa, nem de nossos aliados na mobilização. É um ato espontâneo, voluntário, produto de uma indignação que está existindo", afirmou Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. "Muita gente indignada não só com o resultado (das eleições), mas porque o resultado é também fruto de uma das campanhas de mais baixo nível de que tivemos conhecimento."
Goldman afirmou que o PSDB não fará nenhum apelo a instrumentos "antidemocráticos" para fazer oposição ao governo Dilma.
Presidente do PSDB paulista, o deputado Duarte Nogueira disse que o partido não tem responsabilidade na organização do ato. Segundo ele, a sigla fará oposição "sem dar dimensão a processos exacerbados". "Nós queremos a fiscalização, a contestação. Vamos cobrar as promessas firmadas, mas não é necessário a gente dar dimensão para esse processo um pouco mais exacerbado."
O deputado federal José Aníbal também atribuiu à campanha eleitoral o sentimento de irritação nas ruas. Segundo ele, porém isso não é argumento que justifique as manifestações por uma intervenção militar. "Espero que tudo isso rapidamente se canalize para uma ação política de cobrança, de fiscalização, de vigência de mudança efetiva", afirmou.
"Acho isso (manifestações em defesa de uma intervenção militar) totalmente fora de propósito. Não faz o menor sentido. A coisa mais distante de nós é qualquer veleidade golpista", afirmou o tucano, que foi perseguido pela repressão durante a ditadura e foi obrigado a deixar o País em 1973. Ele viveu no exílio até 1979.
'GOLPISMO' - No PT a ordem é ignorar as manifestações, que o partido classifica como golpistas, e concentrar esforços na construção da governabilidade do segundo mandato de Dilma. "A resposta da minha parte será ignorá-los", disse Jorge Coelho, um dos vice-presidentes do PT.
Segundo ele, protestos como o de sábado indicam a possibilidade do surgimento de um novo partido de extrema-direita. O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo, secretário de Comunicação do PT, classificou o ato como um "ponto fora da curva".
"Todo mundo tem direito de protestar, mas um protesto que pede a volta dos militares é extremamente comprometedor para a democracia", afirmou o dirigente petista. "Pedir o impeachment de uma presidente poucos dias depois da eleição é golpismo", completou.
INFILTRADOS - O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos vice-presidentes do PSDB disse neste domingo (2) que acredita que havia "adeptos do próprio governo infiltrados" no protesto realizado no sábado, em São Paulo e no qual manifestantes pediram uma intervenção militar no País.
"Só para descaracterizar e enfraquecer o movimento", afirmou o senador tucano. "O que vimos na rua foi esse sentimento de inconformismo, por isso o pedido de impeachment. Mas essa coisa militar foi plantada. Fica para mim a suspeição de que foi algo encomendado. Algo como aconteceu nas manifestações de junho do ano passado, com infiltrações que descaracterizaram o movimento."
'CAUTELA' - Para o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA), o ato em defesa do impeachment de Dilma Rousseff, realizado menos de uma semana depois de a presidente ser reeleita, mostra que o "sentimento de indignação continua muito forte" contra a petista. Segundo ele, porém, a defesa da saída da presidente precisa ser vista com "cautela".
"É preciso aguardar fatos concretos que confirmem esse suposto envolvimento de Dilma com os escândalos da Petrobrás", afirmou.
Sobre as manifestações que pediam intervenção militar, o líder do PSDB limitou-se a dizer que "não existe regime melhor do que a democracia".
Sobre as manifestações que pediam intervenção militar, o líder do PSDB limitou-se a dizer que "não existe regime melhor do que a democracia".
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