Cúpula do Congresso sob Alcolumbre e Hugo Motta tem domínio do centrão e PL com vices

domingo, 2 de fevereiro de 2025


As Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e o Senado Federal terão domínio de partidos do centrão e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro melhor colocado que o PT de Lula.

Além das duas presidências, o bloco que reúne União Brasil, Republicanos e PP ficou com 7 dos 14 postos eleitos neste sábado (1º).

O plenário do Senado confirmou o acordo costurado pelo presidente recém-eleito, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com Bolsonaro e garantiu ao senador Eduardo Gomes (PL-TO) o segundo posto da Mesa Diretora.

Mesmo tendo sido líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional, Eduardo Gomes integra a ala centrão do PL e é visto no Senado como um senador moderado. Na base do governo Lula (PT), pesou a avaliação de que ele não deve encampar os interesses do PL à revelia de Alcolumbre.

Já na Câmara, o partido, por ter a maior bancada, conseguiu pleitear o posto logo abaixo do novo presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele ficou com Altineu Côrtes (RJ), visto como uma voz não extremista dentro da Casa.

O PT de Lula também ficou com dois cargos importantes, mas de menos protagonismo e poder. O Humberto Costa (PE) ficou com a segunda vice-presidência do Senado e Carlos Veras (PE) foi eleito para a 1ª Secretaria da Câmara.

Apesar de ter menos prestígio que as vice-presidências (que, em tese, assume o comando na ausência do presidente e do primeiro-vice), o cargo de primeiro secretário é conhecido como “prefeitura”, por cuidar da parte administrativa das Casas, e também é cobiçado.

No Senado, por exemplo, o posto foi escolhido justamente pelo dono da maior bancada, o PSD. Com 15 senadores, o partido indicou Daniela Ribeiro (PB) como primeira-secretária.

Preterido na disputa pela sucessão de Arthur Lira, o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) chegou a ser considerado fora da cúpula da Câmara, mas conseguiu se garantir na segunda vice-presidência da Casa.

No Senado, o PL se recuperou do trauma da eleição de 2023, quando a sigla foi retaliada por enfrentar Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e lançar o ex-ministro de Bolsonaro Rogério Marinho (PL-RN) como candidato a presidente.

Derrotado, o partido ficou sem cargos na Mesa Diretora e sem comissões de peso —cenário que fez com que os senadores, nas palavras de Bolsonaro, ficassem “quase como zumbis”.

Agora, Alcolumbre recoloca o PL em protagonismo, e liga o sinal de alerta no PT, que pode perder espaço e poder no Senado, também com a divisão das comissões.

Fonte: Folha de S. Paulo

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