Foto: Paulo Whitaker/Reuters |
No trimestre anterior, de maio a julho, a taxa ficou em 12,8%. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, que registrou índice de 11,8%, o desemprego cresceu.
"O que a gente está assistindo desde o trimestre terminado em abril é o aumento da ocupação e queda da desocupação. A desocupação continua em alta, embora com força menor. O que muda é a ocupação, que está crescendo acima do crescimento da população”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A população desocupada somou 12,7 milhões de pessoas - o maior número para outubro desde 2012. O número indica uma queda de 4,4% na comparação com o trimestre anterior - ou seja, 586 mil pessoas deixaram o desemprego no período. Mas há 698 mil pessoas desocupadas a mais do que no mesmo período de 2016.
O país encerrou o trimestre de outubro com mais do que o dobro de desempregados observados em dezembro de 2013, quando o Brasil vivia o pleno emprego. Na época, eram 6.052 desocupados, o menor número da série.
Já a população ocupada chegou a 91,5 milhões. Esse é o maior contingente para um trimestre encerrado em outubro desde 2015. O número ficou acima tanto em relação ao trimestre anterior (1,0%) como contra o mesmo trimestre de 2016 (1,8%). As áreas que mais se destacaram foram construção e agricultura.
Informalidade
Desse total de empregados, 33,3 milhões de pessoas tinham carteira de trabalho assinada - praticamente o mesmo número do trimestre anterior. Frente a um ano atrás, 738 mil pessoas a deixaram de ser registradas (uma queda de 2,2%).
Azeredo enfatizou que a informalidade é que continua aumentando o nível da ocupação no país. "Não temos nesta pesquisa a geração de um posto sequer de carteira assinada."
Segundo o coordenador, num curto prazo, esse aumento da informalidade é o efeito do final da crise. "Passada a crise, tende a se dissipar com a volta da carteira...Em três anos, nós perdemos 3 milhões de carteira assinada. Isso é uma queda muito expressiva”, afirmou.
Também aumentou a quantidade de pessoas trabalhando por conta própria (23 milhões) - principal indicador da informalidade. Frente ao trimestre anterior, subiu 1,4% (326 mil pessoas a mais), e na comparação com o mesmo período de 2016, avançou 5,6% (1,2 milhão de pessoas a mais).
A força de trabalho, que inclui as pessoas ocupadas e as desocupadas, foi estimada em 104,3 milhões. Essa população ficou estável em relação ao período de maio a julho de 2017 e 2,3% maior do que no ano anterior.
Rendimento
O rendimento médio recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.127. Não houve variação em relação aos outros trimestres.
Empreendedorismo
Os dados do IBGE traduzem uma situação vivida por muitos brasileiros a partir da crise: ao ser demitido de um posto formal, o profissional não consegue se recolocar no mercado nas mesmas condições. Com o tempo, desiste de procurar emprego e abre um negócio próprio, no chamado empreendedorismo por necessidade.
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