Para burlar as fiscalizações e a devolução aos órgãos de origem, muitas macas são adulteradas nos hospitais. Tentando evitar os desvios, o Samu instalou nove itens de identificação nos equipamentos, inclusive um sistema de rastreamento. Além disso, todos os dias um caminhão chamado de “papa-macas” realiza rondas nos hospitais para resgatar os equipamentos.
Um número revela o tamanho do problema: de 120 equipamentos dos bombeiros, apenas 11 estão em posse da corporação. O restante perambula por locais como o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, no Recife, a maior emergência do Nordeste. A reportagem da TV Globo entrou na emergência clínica e atestou que, diante da falta de leitos, os pacientes se amontoam em macas pelos corredores.
Foi o caso de Manoel Pereira, que deu entrada no HR com um princípio de AVC. Chegou à emergência em uma maca do Samu e acabou sendo transferido para uma do Corpo de Bombeiros. “Ele veio na maca do Samu, passou um dia e vieram buscar. Aí arrumaram uma maca dos bombeiros para ele, mas leito não tinha não”, conta a filha dele, Daiane da Silva. Manoel teve alta médica na última quarta-feira, mas a maca ficou lá.
Casos como este, que se multiplicam no HR e em outros hospitais do Estado, fizeram o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) realizar uma fiscalização específica para vistoriar o problema, que compromete o trabalho de socorro. A denúncia feita ao Ministério Público resultou em um inquérito civil público para investigar a situação.
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