105 anos do Rei do Baião: 'Ele era muito mais do que o que deram', diz irmão de Luiz Gonzaga

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Da direita para esquerda, Luiz Gonzaga ao lado de João Gonzaga, o neto, a nora e o filho Gonzaguinha. (Foto: Joyce de Oliveira Januário / Arquivo pessoal)
Foto: Joyce de Oliveira Januário / Arquivo pessoal
João Batista Januário retalhava um bode quando iniciamos a nossa conversa. Disposto a colaborar, ele me disse: 'sou matuto, mas estou à sua disposição’. E foi entre os cortes precisos nas juntas do caprino, que, 'o João 'Gonzaga' fez o retorno ao passado do irmão de criação e padrinho de batismo, Luiz Gonzaga, que nesta quinta-feira (13) completaria 105 anos.

João Gonzaga foi adotado com três dias de nascido por Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, a 'mãe Santana', os pais de Luiz Gonzaga. “Quando eu cheguei na fazenda Lagoa Grande, em Exu e de lá fui conduzido pequeninho até a fazenda Araripe. Foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, eu jamais seria capaz de definir a importância de receber o nome Gonzaga”, afirma.
Foto: Joyce de Oliveira Januário/ Arquivo pessoal 

Criado vendo Januário consertar a velha sanfona, a admiração pelo padrinho teve que esperar ele 'se entender por gente', como mesmo diz. “Um certo dia, veio meu pai e disse que eu ia conhecer Gonzaga. Eu não tinha a menor ideia de quem era Luiz Gonzaga. Eu ouvia falar dentro que ele era meu padrinho. Eu fui batizado na Igreja do Araripe, mas ele ficou muito tempo sem ir em casa”, esclarece.

A primeira apresentação de Luiz Gonzaga que ficou guardada na memória do seu João foi da festa do centenário do Araripe que aconteceu no ano de 1968 em Exu. “Foi daí que partiu minha grande admiração. Luiz Gonzaga era aquela pessoa que apesar de artista, era muito família. Ele quando estava de bem comigo, e quando estava fazendo as coisas certas, me chamava de Joãozinho, se eu não tivesse, era sujeito”, lembra.

Até o período do centenário ele veio pouco a Exu, mas isso mudou a partir da festa. “O maior bem que ele tinha na face da terra era aquele velho Januário. Quando ele fazia um show em Recife. Ele procurava um jeito de vir em Exu. Foi aí que ele comprou o Parque Asa Branca. Depois disso, que ele passou a vir mais vezes”.

Sob a luz dos seus 55 anos de idade, João ressalta o que mais chamava atenção em Luiz Gonzaga era a simplicidade. “No parque Asa Branca, ele ficava de short, usava sandália, andava tranquilo na nossa cidade. Era um homem do povão, mas quando ficava em casa gostava de ficar sozinho".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
 
Copyright © 2018. A Serviço da Informação! Gilberto Lima.
Desenvolvido por: Fábio Virgulino.